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Imagem de uma rua em Milão, em 18 de abril de 2020 — Foto: Daniele Mascolo/Reuters
Ao anunciar a cura de mais de 2.500 contaminados pelo coronavírus em
apenas um dia, o chefe da Proteção Civil da Itália, Angelo
Borrelli, não escondeu sua satisfação. O país mais castigado pela Covid-19 na
Europa observa a quantidade de pacientes diminuir nas UTIs há um mês, o que
pode ser um indício do fim da fase mais mortal da epidemia.
"Em 3 de abril tínhamos 4.068 pacientes nas UTIs, hoje temos um
pouco mais de 2.800", um número inédito desde 20 de março, afirma Franco
Locatelli, presidente do Conselho Superior da Saúde da Itália. Segundo ele,
"a pressão nos hospitais foi claramente aliviada" nos últimos dias.
Na sexta-feira (17), as autoridades ainda anunciaram 575 mortos em 24
horas, aumentando o balanço para 23 mil óbitos desde o início da epidemia. Mas
outros dados instigam otimismo no país, como a estabilização da quantidade de
doentes. Em Nápoles, Bolonha, Veneza, Florença e Roma esse número vem baixando
a cada dia.
Além disso, em mais de 65 mil testes realizados em um dia - outro
recorde - apenas 5% acusaram positivo ao coronavírus. Para Locatelli, essa é
uma prova a mais "da eficácia das medidas de confinamento tomadas para
barrar o contágio". "Tudo isso nos ajuda a tomar consciência sobre o
grande trabalho realizado nos hospitais e sobre a colaboração dos
cidadãos", reitera o presidente do Conselho Superior da Saúde da Itália.
Preparação para o desconfinamento
Com a quantidade de doentes baixando, a Itália está ansiosa para a saída
do confinamento. "Estamos nos preparando para reabrir em 4 de maio",
afirma Atilio Fontana, governador da Lombardia, a região mais castigada da
Itália pela Covid-19, com 12 mil mortos.
Em vigor desde 9 de março, as medidas estritas de confinamento estão em
vigor até 3 de maio. Mas o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, sofre
uma forte pressão do empresariado pela reabertura de lojas e comércios.
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A ideia é apoiada por alguns membros do governo, como a ministra da
Família, Elena Bonetti. "Algo precisa mudar nas duas próximas semanas para
as crianças. Nossas crianças têm o direito de brincar!", afirmou durante a
semana.
Já as autoridades do sul do país - menos atingido pelo coronavírus -
temem uma volta à normalidade prematura. Vicenzo De Luca, governador da região
de Campânia, no sudoeste, afirma que se o "deconfinamento" for
permitido à toda a população, ele pode decretar a proibição da entrada de
italianos do norte.
Sinal de que a vitória contra o coronavírus ainda está longe, comboios
militares transportaram na sexta-feira dezenas de corpos de Bergamo à Novara,
no norte do país, onde as funerárias não conseguem mais atender à demanda
devido à alta quantidade de óbitos.
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