Vitória mais magra e expectativa sobre próximos passos do governo

          Foto: (Beto Barata/PR)
Não foi muito diferente do que se esperava. Temer venceu, com uma vitória mais magra, e conseguiu suspender o andamento da denúncia contra ele. O desafio, agora, vai ser reunir apoios para retomar uma pauta de votações – o que muitos chamam de "agenda positiva" para o país.

O placar de 251 votos mostra que Temer não teria força para aprovar sequer projeto de lei, o que exige 257 votos – a metade mais um dos deputados. 

Mas na situação atual, não cabe essa conta. Até porque, muitos deputados que votaram com Temer diziam pelos corredores do Congresso que esta votação seria o limite do desgaste que assumiriam em favor do governo. Há, porém, casos de deputados que foram contra Temer, mas concordam com a pauta de reformas a ser retomada – caso de alguns tucanos.

Os aliados do presidente Temer esperam dele, já no primeiro momento, um "rearranjo do governo", o que na prática é remover tucanos de cargos importantes para dar mais espaço aos partidos mais fiéis. 

Isso é dito abertamente, por exemplo, pelo líder Arthur Lira (PP-AL). Até aqui, Temer resistiu a esta pressão, mas não se sabe como ele poderá conduzir o governo e a base daqui em diante.

A pretensão do governo é retomar a votação da reforma da Previdência, a partir do relatório do deputado Arthur Maia – mas, bem mais enxuta e dando preferência a medidas que não dependam de emenda constitucional.

Uma coisa o governo Temer pode comemorar: ao longo de pouco mais de cinco meses, desde que vieram à tona as gravações do empresário Joesley Batista, as denúncias foram tema único no país e, ainda assim, a inflação ficou em patamares baixos e com redução da taxa de juros, como foi decisão do Banco Central nesta quarta, de corte de 0,75 ponto percentual.


por Cristiana Lôbo

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