Aumentou o número de
diagnósticos de Leishmaniose Visceral, conhecida popularmente por “calazar”, em
Araripina, no Sertão de Pernambuco. A doença, que é mais comum em animais, mas
é transmissível ao homem, foi identificada em cinco cachorros em 2014 e em 20
cães nos primeiros meses de 2015. A Leishmaniose é causada por um protozoário
que é transmitido por um mosquito.
Segundo o coordenador de
Vigilância Sanitária e Epidemiológica de Araripina, André Batista, o aumento
nos casos se deve à intensificação nos diagnósticos. “Como na região do Araripe
não tem centros de zoonoses, os diagnósticos são feitos pela rede privada,
então o número pode ser maior. Estamos conversando com as clínicas para que
essas informações sejam repassadas", afirmou.
Ainda de acordo com André,
no ano passado, uma criança morreu por consequência da doença e os cuidados
aumentaram para prevenir casos como esse e identificar de forma precoce.
"Este ano, por exemplo, uma criança foi diagnosticada logo no início, foi
tratada e agora está bem”, explicou.
Segundo o coordenador,
existem sintomas que podem indicar a Leishmaniose Visceral nos animais. “O
animal perde o apetite e, consequentemente, o peso. Aparecem feridas nas
articulações, no focinho, orelhas e cauda, os pelos caem e as unhas crescem.
Podem acontecer também vômitos e sangramentos”, contou.
Já nos seres humanos os
sintomas são febre moderada de longa duração, anemia, perda de apetite,
emagrecimento e aumento do fígado e baço. Batista explica ainda que diferente
do que algumas pessoas pensam, a doença não é transmitida com o contato com
animais doentes e, sim, pela picada do mosquito.
As formas de prevenção são
a vacinação de cães e gatos e a higienização das casas. “O lixo e esgoto
costumam atrair mosquitos, por isso a limpeza é importante. O contágio em
humanos geralmente acontece em locais onde a situação sanitária é precária. Já
a vacina não é disponibilizada pelo Ministério da Saúde, então só acontece na
rede privada”, disse. A outra forma de evitar a transmissão é sacrificando os
animais doentes. “Infelizmente não há no Brasil tratamento para os cães ou
gatos infectados, então as clínicas optam pela eutanásia”, acrescentou.
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